A minha paz vem pelo vento. Ele me tira o
sufoco de um homem certas vezes derrubado pelas vociferações dos mais próximos
cada vez distantes de mim. Ele leva o pouco do fogo e o pouco do som que me
restaram durante esse processo de putrefação que meu coração sofre, ante minhas
lástimas caladas e meu silêncio recatado na rede. A cabeça tonta. Os olhos dos
quais não sai sequer uma lágrima. E a solidão numa tarde que certamente vai ser
sem fim.
O vento vai e volta como um remédio efêmero,
fugaz. Um revigorador e fonte de uma abstração que faz debater dentro de mim um
conflito sistemático entre o sim e o não, o fazer ou se omitir. É cruel e
mordaz todo esse processo de um aroma desgastado e uma voz que sai desgastada.
A melodia que se toca sem propósito, sem intento.
Os letras são produtos da alucinação do vento e
dele serão o desgaste do dia.
L.
João Pessoa, 19 de Maio de 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário