domingo, 23 de maio de 2010

meu pai falou que eu sou Augusto dos Anjos, meu ego foi pra cima e to postando.


A minha paz vem pelo vento. Ele me tira o sufoco de um homem certas vezes derrubado pelas vociferações dos mais próximos cada vez distantes de mim. Ele leva o pouco do fogo e o pouco do som que me restaram durante esse processo de putrefação que meu coração sofre, ante minhas lástimas caladas e meu silêncio recatado na rede. A cabeça tonta. Os olhos dos quais não sai sequer uma lágrima. E a solidão numa tarde que certamente vai ser sem fim.
O vento vai e volta como um remédio efêmero, fugaz. Um revigorador e fonte de uma abstração que faz debater dentro de mim um conflito sistemático entre o sim e o não, o fazer ou se omitir. É cruel e mordaz todo esse processo de um aroma desgastado e uma voz que sai desgastada. A melodia que se toca sem propósito, sem intento.
Os letras são produtos da alucinação do vento e dele serão o desgaste do dia.

L.
João Pessoa,  19 de Maio de 2010.

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