O sistema é cada vez mais perverso e excludente. A luta é o consolo e, mutuamente, a esperança. Ela, que fica engasgada dentro de nós a cada dia, é dominada pelos donos do sistema, pelas armas do sistema, e os punhos fechados são discretíssimos, contudo ainda há força, ainda há uma nutrição desconhecida que ninguém sabe de onde vem que vez em quando nos incorpora e faz de nós um instrumento contra o tal sistema, contra os tais empreendedores do sistema. Os berros da liberdade viram murmurações perpétuas nas periferias do universo idealista, e os sorrisos, a arte, o sonho, o amor é tudo álcool.
Somos suprimidos, e os modismos nos guiam, e os valores padronizados nos levam... Tudo numa languidez disfarçada, que te ludibria, e você vai virando pó, até as mãos do comando te segurarem e te jogarem ao vento. Aí, você é mais um grão de pó igual a todos os outros. A luta cessa, os punhos se arrefecem, a vida é a rotina e só. Até arte não tem mais. Tudo se transforma em conformação, tudo se resume em sentar e trabalhar, porque nem Deus existe mais e há desconfiança nos céus e na terra.
Isso é o que eu chamo de uma embriaguez filosófica, um desabafo talvez, uma merda pra o sistema e sua trupe.
“Olha aí, olha aí...”
José Benevides
João Pessoa, hoje é 5?
abraços.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
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4 comentários:
eu que bebi ontem, nao?
M.
ps.: parece que descobrimos ao mesmo tempo que benevides é nosso melhor sobrenome.
:p
esse fcou mara!
Esse texto foi o melhor.
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